Do livro para a tela


Livros, filmes e séries fizeram parte da programação nas bibliotecas das unidades do Senac.


Foto: Amanda França


A terceira edição da Semana da Leitura do Senac, que aconteceu entre os dias 23 e 28 de abril em todas unidades do estado de São Paulo, abordou o tema livros que tiveram adaptações cinematográficas e contou com a parceria do Museu da Imagem e Som (MIS). O evento aberto e gratuito promovido pela instituição teve palestras, workshops, troca de livros e exposições, para despertar a curiosidade e envolver os leitores.

Segundo a bibliotecária responsável pelo evento, Vera Lúcia Marques, o tema desse ano foi um desafio comparado ao anterior: "No ano passado foi literatura fantástica. É sempre realizada uma votação entre as unidades e esse ano mandamos um formulário para os alunos com opções de temas, mas escolhemos através de votação. Buscamos sempre o que os alunos querem fazer, buscando um envolvimento bastante forte deles. Alguns workshops foram feitos pelos próprios alunos, pelo docente. Tentamos atingir toda a comunidade interna, para que eles também possam ser participantes, não só absorvendo o que foi feito, mas fazendo para outros alunos."

Uma pesquisa realizada com leitores pela equipe Cinebook apresentou dados interessantes referente à livros que viraram filmes. Dos 105 entrevistados, 63% costumam ler livros que não possuem filmes derivados, mas dos poucos livros que leram e assistiram ao filme, 91,3% preferem os livros do que suas adaptações. As melhores segundo os entrevistados, foram a saga “Harry Potter”, “Extraordinário” e “Como eu era antes de você”, já os piores ficaram entre “Percy Jackson”, “Cinquenta tons de cinza” e “A culpa é das estrelas” respectivamente.

Uma das atividades realizadas no evento foi o workshop sobre livros que viraram filmes com a presença do professor, publicitário e roteirista Marcos Gimenez Queiroz que deixou claro como é difícil adaptar um livro para o cinema e agradar ao público: "A cada página equivale a 1 minuto de filme. Por isso tiramos personagens, deixamos detalhes de lado. Precisamos transformar sentimentos em imagem. O livro te dá a opção de ficar imaginando as cenas, os personagens. No caso do filme não, você senta lá e assiste! Cabe ao diretor de arte fazer isso o mais próximo possível do que está no livro. O ator, representa e o diretor dirigir tudo isso. Não é fácil." A opinião do roteirista é semelhante com a dos leitores referente as melhores adaptações: "Eu acredito que o Harry Potter chegou a essa condição e o Game of Thrones. Embora tenha mudado muito do livro, eles têm atendido ao público. Contar histórias e vender livros."

Uma curiosidade bem questionada pelos amantes de cinema é a diferença do cinema brasileiro para o americano e o motivo das produções americanas serem consideradas melhores do que as produzidas no Brasil. Marcos Gimenez respondeu a essa dúvida: "A diferença é a qualidade técnica de produção. Por exemplo, o cinema americano descarta milhões de dólares. Para nós (brasileiros) chegarmos a esse ponto, além de termos bons roteiros, está faltando mesmo dinheiro para fazer filmes de alta qualidade. Atores nós temos e diretores também."
A terceira semana de leitura do Senac trouxe muitas informações e saciou muitas dúvidas do público em relação ao universo de livros e a produção de filmes.

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Por Amanda França

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